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Servidores da Corsan protestam em Porto Alegre contra privatização da empresa

Servidores da Corsan protestam em Porto Alegre contra privatização da empresa

Os servidores da Companhia Riograndense de Saneamento (Corsan) realizaram, nesta terça-feira, uma manifestação contra a privatização da empresa proposta pelo governo do Estado. Na frente da sede da empresa, na rua Caldas Júnior, no Centro Histórico, trabalhadores e sindicalistas realizaram discursos contra a venda da companhia.

Uma privada gigante foi erguida dentro do caminhão de som com a seguinte mensagem: "Querem colocar toda nossa água na privada", "Água privada não dá pra engolir" e "Onde a água foi privatizada o preço aumentou e o serviço piorou". Logo após as manifestações, os servidores da empresa de diversas regiões do Estado saíram em caminhada até a Assembleia Legislativa. Ele carregavam um faixa onde estava escrito: "Os gaúchos não querem que ocorra a venda da Corsan, do Banrisul e da Procergs". 

O presidente do Sindiágua, Arílson Wünsch, disse que a manifestação teve o objetivo de chamar a atenção da sociedade gaúcha pelo momento de entrega de uma companhia de 55 anos que atende 317 municípios de um total 497. "É uma empresa que presta um serviço de excelência na questão da água. O lamentável é que o governador Eduardo Leite no seu ímpeto de ser candidato a Presidente da República quer simplesmente ser livrar de tudo que dá lucro no Estado", ressaltou.

Conforme Wünsch, o chefe do Executivo estadual quer mostrar ao mercado financeiro que é um nome viável. Sobre a fala do governador de que a Corsan não tem capacidade econômica e financeira, o presidente do Sindiágua discordou. "O governador está tendo mostrar a sociedade gaúcha que a Corsan não tem condições de prestar os serviços de saneamento", acrescentou.

Conforme Wünsch, atualmente, o serviço de saneamento é um dos principais alvos da privatização, seja ela de forma direta, através da abertura de capital, de PPP’s, ou indireta por meio de transferência de determinados setores e serviços para a gestão de empresas terceirizadas. "Nossa paralisação tem o intuito de chamar a atenção da comunidade e juntamente com a categoria unir esforços e mostrar aos governantes o quanto os trabalhadores estão engajados nessa luta, e também da importância da Corsan para o Estado”, acrescentou. 

Durante entrevista ao programa Agora da Rádio Guaíba, na manhã de terça-feira, o governador Eduardo Leite afirmou que a desestatização da Corsan será a última pauta do tipo na sua administração. O tema será enfrentado pelo governo do Estado nas próximas semanas: a venda da companhia tramita em regime de urgência na Assembleia Legislativa.

A ideia foi anunciada em março, tendo como principal justificativa o novo marco regulatório do saneamento - que prevê a universalização dos serviços até 2033. Na entrevista, Eduardo Leite disse que encara com naturalidade os protestos dos servidores, que estão mobilizados contra o projeto em diversas partes do Estado. O político reiterou que a administração atual já esgotou o potencial de debates sobre privatizações, mas que o tema deve ser uma prioridade dos próximos governos.

Em nota, a direção da Corsan informou que foi mantido o expediente normal no dia de hoje com todo o atendimento ao usuário, tendo deixado claro em seu comunicado interno aos funcionários a orientação de que os serviços públicos essenciais deveriam ser mantidos, cabendo às chefias locais observar o correto registro na frequência dos empregados e o atendimento às necessidades dos clientes.

A empresa afirmou que respeitava a livre manifestação dos empregados, contudo, não reconheceu tal como movimento grevista, uma vez que ausente os requisitos legais, previstos na Lei federal 7783/89. A direção da Corsan não quis se manifestar sobre o tema privatização.





Autor: Comunitária 87,9 FM

Data da Postagem: 10/08/2021 15:23:00

Fonte: Cláudio Isaías /Foto: Alina Souza